terça-feira, 21 de setembro de 2010

Meter a quinta para acelerar na liderança



Quando Falcao rematou ao poste a grande penalidade que Tomasevic cometeu sobre Varela, em cima do intervalo, houve quem se tenha recordado do bloqueio mental de que André Villas-Boas falara para explicar as dificuldades sentidas pelo FC Porto no jogos disputados na Madeira. O segundo golo, naquela altura, teria reduzido a cinzas o esforço que Nacional fez para manter o jogo aberto, equilibrado, dividido e indefinido durante toda a primeira parte. O estrondoso falhanço de Falcao, celebrado pelos adeptos do Nacional como se fosse um golo, poderia ter tido o efeito diametralmente oposto, fazendo o FC Porto vacilar nas suas convicções, cedendo ao tal bloqueio que muitas vezes lhe tolheu os movimentos e turvou o raciocínio nas deslocações à Choupana. Não foi o caso. Tal como já tinha acontecido no jogo com o Braga, o FC Porto não se encolheu perante as dificuldades, nem deixou o adversário crescer apoiado nelas. E tal como aconteceu no jogo com o Braga, o FC Porto acabou por carimbar a vitória sem dramas, nem pressas, apenas com toda a naturalidade.

Ora, antes de Varela ter colocado um ponto final no jogo de ontem, aos 56', houve uma história feita de acidentes e incidentes para contar. André Villas-Boas voltou a não mexer numa equipa que vence há cinco jornadas consecutivas no campeonato. Acontece que uma equipa em que não se mexe é, por definição, uma equipa previsível e Jokanovic sabia exactamente com o que contar, montando o Nacional num 4x2x3x1 cuja primeira preocupação era asfixiar a criatividade do meio-campo portista para impedir o ataque de respirar. Todorovic e Luís Alberto encostavam em Belluschi e João Moutinho, deixando o quarteto defensivo em vantagem numérica perante o tridente ofensivo do FC Porto. Uma estratégia contrariada através das subidas dos laterais portistas, embora com custos, especialmente à esquerda. Ainda a acusar o cansaço acumulado depois da participação no Mundial e com Hulk, que passou da direita para a esquerda logo no início, longe de lhe proporcionar a melhor cobertura, Álvaro Pereira voltou a ser fundamental no apoio ao ataque, é verdade, mas sentiu dificuldades para recuperar a posição e foi quase sempre pelo seu lado que o Nacional criou perigo.

Ora, apesar do domínio que exerceu desde o primeiro instante - e que Varela, primeiro e João Moutinho, depois, foram incapazes de materializar -, o FC Porto acabaria por chegar à vantagem no marcador de forma acidental, às custas de João Aurélio. Foi o avançado do Nacional que desviou a bola com o braço no lado esquerdo do meio-campo ofensivo do FC Porto e também foi ele quem ofereceu a cabeça à bola quando Belluschi cobrou o livre, traindo Bracali.

O Nacional não baixou os braços. Com Mihelic e Skolnik seguros na condução da bola, com João Aurélio e Edgar Costa a desdobrarem-se no ataque e com o FC Porto a arriscar jogar no fora-de-jogo com um bloco defensivo muito alto, os madeirenses estiveram muito perto do empate, mas não chegaram lá.

Ainda antes do intervalo, Falcao desperdiçaria o tal penálti que podia ter morto o jogo, deixando tudo em aberto para a segunda parte. Esperava-se que o Nacional crescesse e aparecesse, mas foi o FC Porto que voltou a pegar nas rédeas da partida. Hulk, que tinha sofrido um eclipse durante todo o primeiro tempo, brilhou apenas o tempo suficiente para desenhar o lance do segundo golo, oferecido numa bandeja a Varela. Aos 56 minutos, o jogo estava decidido. Jokanovic ainda mexeu, acrescentando Bruno Amaro e Juninho aos argumentos ofensivos do Nacional, mas tudo o que conseguiu foi criar mais espaços por onde o FC Porto podia ter ampliado a vantagem. Feitas as contas, já são cinco as vitórias consecutivas no campeonato e a quinta jornada, encerrada ontem, serviu para os portistas cavarem o fosso para o Braga e para o Sporting sem perderem terreno para ninguém. Imparáveis.

in "ojogo.pt"

Resumo

Declarações

João Moutinho

"Nós é que tornámos a tarefa mais fácil "

Com o decorrer da temporada, João Moutinho vai, paulatinamente, subindo de rendimento e ontem, na Choupana, foi um elemento preponderante no desenvolvimento do jogo do FC Porto. De tal modo que acabaria mesmo por ser eleito, pela equipa de O JOGO, como a figura do encontro. O ex-sportinguista confessa, a propósito da integração no onze portista, quão é fácil fazê-lo: "Jogar no FC Porto é jogar tranquilamente, como sempre tenho feito e quero dar continuidade a esse trabalho. Fui muito bem recebido no clube, tanto pelos dirigentes e funcionários como pelos meus colegas e só tenho que lhes agradecer por isso. De resto, quero retribuir ao FC Porto, com esforço e dedicação, tudo o que tem feito por mim". Em relação ao jogo, afirmou: "Não foi uma vitória fácil, nós é que tornámos a nossa tarefa mais fácil. Entrámos bem e controlámos o jogo do princípio ao fim, criando várias oportunidades de golo. Concretizámos duas, mas poderiam ter sido muitas mais. Há que realçar o bom jogo que fizemos hoje".

Continua em busca do golo

Protagonista da maior transferência esta época na I Liga, ao trocar Alvalade pelo Dragão, João Moutinho é um dos dois totalistas na equipa do FC Porto. Em nítida subida de rendimento, foi utilizado, à semelhança do "trinco" Fernando, como titular nos nove jogos disputados, tendo sido substituído em seis. Neste início de temporada, Moutinho ainda não conseguiu fazer o gosto de pé, mas não lhe falta tempo...

Rúben luta pela titularidade

O mérito da quinta vitória do FC Porto no campeonato esteve, segundo Rúben Micael, na forma como a equipa abordou o jogo. "Jogámos bem desde o primeiro ao último minuto, demonstrando uma grande união entre os jogadores". Com mais um triunfo, a liderança do FC Porto continua inabalável. "É importante vencermos todos os jogos. Sabíamos que o Nacional era um adversário complicado, tanto mais que venceu o Benfica", explicou o médio. Depois da titularidade no jogo da Liga Europa, Rúben voltou a ser suplente utilizado. "Estou sempre à espera de ser titular", afirmou.

De regresso à Choupana, Rúben Micael confessou que sentiu um pouco de estranheza na pele de adversário de uma equipa que já representou. "É sempre estranho ganhar ao Nacional. Foi a equipa que me deu a oportunidade de jogar no escalão principal do futebol português e depois chegar ao FC Porto". Por isso, quis deixar umas palavras de incentivo para a antiga equipa. "O Nacional não se encontrou neste jogo porque o FC Porto simplesmente não deixou. O nosso colectivo foi muito forte. Mas o Nacional vai dar ainda muitas alegrias aos seus sócios".

Maicon e o ritmo forte

O brasileiro Maicon somou mais um jogo a titular e, depois dos dois golos na partida com o Braga, a equipa voltou a demonstrar eficácia defensiva. "É uma honra ser titular no FC Porto e espero continuar a sê-lo. Trabalho para isso e espero continuar a dar conta do recado", disse. Sobre a vitória, concluiu que "serviu para a equipa se distanciar ainda mais dos adversários", e que foi conseguida através de "um ritmo forte do início ao fim do jogo".

in "ojogo.pt"

André Villas-Boas : "Percurso tem sido fantástico"


Depois da nona vitória consecutiva da época, André Villas-Boas exultava: "Estamos a ter um percurso fantástico." O técnico do FC Porto referiu mesmo que o resultado poderia ter sido ainda mais expressivo. "Sabíamos que esta deslocação era difícil, mas acabámos por conseguir não só os três pontos como fazer uma boa exibição. Poderia ter sido excelente, mas desperdiçámos muitos golos. De qualquer modo, fiquei satisfeito com o desempenho da equipa. Estamos muito fortes emocionalmente e acabámos por controlar o jogo por completo."

Villas-Boas reconhece que a sua equipa, como líder do campeonato, está submetida a grande pressão, especialmente quando os adversários directos jogam no dia anterior, como sucedeu nesta jornada. "O facto de terem jogado mais cedo poderá ter-lhes criado uma expectativa grande, na esperança de que o FC Porto escorregasse, mas isso não aconteceu. Claro que há um factor de pressão extra sobre nós por parte da comunicação social, para a qual o FC Porto tem de ganhar sempre. Mas nós sabemos lidar com isso e estamos num momento muito forte."

Ainda sobre o jogo da Choupana, o treinador portista lembrou que, se o penálti tivesse sido concretizado, a história, provavelmente, seria diferente...

"O Nacional não teria nada a perder e talvez fizesse as substituições mais cedo e poderia chegar ao 2-1, relançando o jogo. Mas conseguimos o 2-0 numa fase boa da segunda parte e acabámos por ser nitidamente superiores, ganhando com todo o mérito."

Villas-Boas revelou ainda a necessidade de gerir a fadiga no seio do seu plantel, afirmando a propósito: "Estamos a um nível muito elevado de competitividade [no plantel]. Há jogadores a ameaçar os titulares."

A finalizar, o técnico portista falou ainda dos jogos que se seguem: "Continuamos o nosso percurso rumo ao objectivo que é terminar o campeonato em primeiro lugar. e vêm aí mais jogos difíceis. O primeiro será em casa, com o Olhanense, e depois com o Guimarães, que este ano está muito forte."

André iguala Robson e Oliveira

O quinto triunfo do FC Porto no campeonato, em cinco jornadas, permitiu a André Villas-Boas igualar as séries vitoriosas de Bobby Robson e António Oliveira. O técnico inglês, um dos mentores de Villas-Boas, conseguiu na época de 1994/95 cinco vitórias consecutivas, entre a 15ª e a 19ª jornada, e Oliveira fez o mesmo, mas na temporada de 1997/98, entre a 27ª e a 31ª jornada. Igualados os dois treinadores, Villas-Boas persegue agora a marca alcançada por Jesualdo Ferreira na época de 2007/08, quando conseguiu oito triunfos nos primeiros oito jogos do campeonato. Ora, os adversários que se seguem no calendário portista são Olhanense, no Dragão, Guimarães, no D. Afonso Henriques, e Leiria, novamente em casa.

in "ojogo.pt"

Um a um

A Estrela: João Moutinho (7)

Fica bem a batuta ao pequeno dragão

Está a ganhar confiança e a justificar o alto investimento da SAD, naquela que foi a mais comentada e surpreendente contratação do último defeso. Repetiu a grande exibição rubricada contra o Braga, mas desta vez destacou-se dos outros por não ter sido tão bem acompanhado. Ou seja, foi um maestro solitário que jogou à Porto, assumindo a batuta no meio-campo e com pormenores de grande classe no passe e no um para um. Assinou um dos lances mais bonitos do jogo, ainda na primeira parte, quando passou por dois adversários e rematou à entrada da área para uma grande defesa de Bracali. Não esteve directamente envolvido nos lances dos golos, mas foi o grande dinamizador do ataque com passes bem medidos para as costas dos defesas, estendendo a passadeira aos companheiros e dando dinâmica ao jogo azul e branco.

Helton 5

Esteve muito em acção, mas para jogar com os pés, porque não foi obrigado a fazer qualquer defesa relevante. Os únicos dois remates de perigo do Nacional saíram junto aos postes, mas do lado de fora.

Sapunaru 6

Depois do descanso a meio da semana, surgiu bastante activo no apoio ao ataque e até chegou a tentar duas vezes o golo, uma delas na cara de Bracali. Porém, continua a ser pouco agressivo a defender, dando muito espaço aos adversários.

Rolando 5

Um lance duvidoso em que os homens do Nacional reclamam mão na área e pouco mais o que fazer defensivamente.

Maicon 5

Pareceu nervoso neste regresso ao palco que o projectou no futebol nacional. Contudo, não teve nenhum erro que comprometesse a equipa e a verdade é que teve alguns cortes importantes.

Álvaro Pereira 4

Precisa de descansar. Para a frente até correu muitas vezes, o problema foi recuperar a posição. O Nacional percebeu isso e apostou no seu lado para criar alguns lances de perigo.

Fernando 7

Excelente na decisão dos tempos de passe: ora de primeira, ora contemporizando, e assumindo a condução da bola às zonas de decisão. E para não variar, foi um muro quase intransponível.

Belluschi 5

Para começar pelo positivo, teve a felicidade de marcar o livre que João Aurélio desviou para a própria baliza. O resto não lhe saiu tão bem porque falhou inúmeros passes e perdeu demasiadas bolas. Curiosamente, melhorou após a entrada de Rúben e esteve perto de fazer um grande golo.

Hulk 5

Jogo trapalhão com rasgos de inspiração como quando ofereceu o segundo golo. Num livre directo , obrigou o guarda-redes a uma boa intervenção, só que de bola corrida poucas vezes desequilibrou. Foram notórias as dificuldades de evitar escorregões no relvado.

Varela 6

Acabou com as esperanças do Nacional, aos 56', apontando o seu terceiro golo na Liga, depois do "bis" com o Braga. Já o podia ter feito mais cedo, aos 4', mas não foi capaz de, isolado, bater Bracali. A fechar a primeira parte, arrancou pela direita e só parou quando Tomasevic o agarrou, já dentro da área.

Falcao 5

Nem com a troca de chuteiras, foi capaz de marcar o penálti. Quis colocar tanto a bola que acertou no poste. Antes já tinha obw rigado Bracali a uma boa defesa. Trabalhou muito e bem fora e dentro da área.

Rúben Micael 5

Conduziu bem alguns ataques, mas entrou na partida quando esta já estava resolvida.

Souza 5

Mais um quarto-de-hora de adaptação ao futebol português.

Rodríguez -

Apenas seis minutos em campo e, curiosamente, não teve velocidade num contra-ataque para se isolar.

in "ojogo.pt"

Braves

História do Jogo


Falcao: está 4-4 em penáltis

A cumprir a segunda época no FC Porto, Falcao tem tantos penáltis marcados como falhados: quatro

O colombiano Falcao mantém um duelo curioso entre os penáltis convertidos e os falhados desde que está no FC Porto. Ontem, na Choupana, falhou uma grande penalidade quando a equipa estava em vantagem pela diferença mínima, rematando ao poste esquerdo da baliza defendida por Bracali. Se este foi o primeiro penálti desperdiçado por Falcao esta temporada, com uma olhadela ao campeonato anterior constata-se que, no total, já são quatro as grandes penalidades falhadas (Académica, Rio Ave e Sporting para além do Nacional). E quantos penáltis Falcao marcou com a camisola portista? Também quatro (Nacional, curiosamente, Guimarães e Leiria na época passada e Genk esta temporada). Agora espera-se pelo desempate.
 
in "ojogo.pt"

Terrenos das Antas em Tribunal

Começou esta segunda-feira a ser julgado o «caso» sobre os terrenos das Antas, no qual são acusados o antigo presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso, e três vice-presidentes do clube «azul-e-branco» Adelino Caldeira, Angelino Ferreira e Eduardo Tentúgal Valente.

Segundo a acusação, Nuno Cardoso, Adelino Caldeira, Angelino Ferreira e Eduardo Tentúgal Valente, além de dois engenheiros municipais, são acusados de lesar o erário público em pelo menos 2,5 milhões de euros, no negócio de permuta do Plano de Pormenor das Antas.

«Jogava de olhos fechados com Lisandro» – Lucho

Deixou o Dragão há duas épocas, mas não se esquece da dupla que formou com o compatriota Lisandro López no FC Porto. «Jogávamos de olhos fechados», recorda Lucho González.

«Tive a oportunidade de passar quatro anos no Porto com o Lisandro López. Entendíamo-nos perfeitamente, podíamos jogar de olhos fechados. Era impressionante», recorda “El Comandante”, em entrevista à FIFA, referindo que o mesmo se verificava já com o avançado senegalês Mamadou Niang, que entretanto trocou o Marselha pelo Fenerbahce.

«É tudo mais fácil quando se joga com grandes jogadores. Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney e Zlatan Ibrahimovic são avançados que têm algo a mais, que sabem posicionar-se e sabem para onde vai a bola. Para um médio, é um sonho jogar com avançados assim», explica.

in "abola.pt"