sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O Toyota vermelho de Madjer é cinzento


O melhor em campo posou em Tóquio diante de um Carina vermelho, mas Salvador Caetano teve o bom senso de pensar numa cor mais neutra. O carro ainda existe, tem dez mil quilómetros de rodagem e O JOGO chamou Lima Pereira, André, Rui Barros e Gomes para ir dar uma volta até 1987
Quando viu a capa de neve que cobria o relvado, André pensou: "Está no papo, o carro é meu." A Toyota tinha um automóvel para oferecer ao melhor em campo, como é da praxe, e o médio julgou ter o atributo que o recomendava ao prémio. "Chutar para a frente era comigo", conta a O JOGO, que reuniu no Dragão um quinteto mítico da final de Tóquio: o próprio André, claro, mas também Lima Pereira, Rui Barros, Gomes e o tal Toyota Carina que foi entregue... a Madjer, graças a um chuto para a frente que resultou no 2-1 definitivo.

A notícia é precisamente essa: o Toyota vermelho, que afinal é cinzento, existe e ainda anda, graças à manutenção do motorista Vítor Santos, que assegura que o carro não precisará de reboque para chegar ao futuro museu do clube. A curiosidade em torno da cor também se explica facilmente, porque de facto é verdade que Madjer posou em Tóquio diante de um automóvel vermelho (a foto não deixa mentir), mas quem entregou o prémio definitivo foi o próprio Salvador Caetano, que teve a sensibilidade de escolher um cinzento muito mais neutro para premiar o herói de Tóquio.

A história é-nos melhor contada por quem a viveu e por quem continua a fazer do Dragão a sua casa, porque os quatro jogadores que aqui juntamos só tiveram de descer do 3º andar para posar junto do Toyota de Madjer que - mais uma atualização - acabou por ser de todos. "Antes do jogo tivemos uma reunião e concordámos que o valor do carro seria a dividir pelo plantel, como era normal", conta Gomes, o capitão. O clube honrou esse compromisso, mas quis também ficar com a recordação material que, de resto, até chegou a dar jeito.

O carro, entregue com pompa e circunstância a todo o plantel numa cerimónia na recente Exponor, chegou a circular durante alguns anos, primeiro como veículo ao serviço do clube, mais tarde nas mãos do próprio Madjer, que o conduziu no período em que foi treinador dos juniores. Por aí se explica que o Toyota Carina conte pouco mais de dez mil quilómetros e sem grandes perspetivas de que venha a somar muitos mais, já que está há anos sem seguro e, portanto, sem poder circular em estrada.

in "ojogo.pt"

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