domingo, 8 de janeiro de 2012

Djaló não tem acordo com o F. C. Porto e estuda propostas do estrangeiro

O avançado Yannick Djalo "não tem qualquer acordo com o F. C. Porto e o seu destino mais provável é o estrangeiro", de onde recebeu varias propostas, que está a estudar, disse fonte próxima do futebolista.



Segundo a mesma fonte, "decorrem negociações com alguns desses clubes estrangeiros e tudo aponta para que o jogador opte por prosseguir a carreira fora de Portugal".
De acordo com alguma imprensa desportiva, Yannick Djalo, que está desempregado desde Agosto, devido ao falhanço da sua transferência do Sporting para o Nice, estará a acertar os últimos pormenores para integrar o plantel do F. C. Porto.
Yannick Djaló acertou a sua transferência do Sporting para o Nice a 31 de Agosto, data do fecho das inscrições, mas o registo da inscrição deu entrada após a meia-noite, já a 1 de Setembro, motivo pelo qual a FIFA.
O jogador, de 25 anos, nunca chegou a alinhar pelo Nice, tendo rescindido o contrato com a formação francesa a 25 de Novembro.

in "jn.pt"

Sporting ganhou em vontade e risco, FC Porto foi mais equipa

1. Espectáculo apenas sofrível, mesmo que jogado quase sempre com ritmo interessante e, por vezes, até frenético. O Sporting ganhou na vontade e no risco, mas o FC Porto foi quase sempre mais equipa, até pela matreirice evidente da sua estratégia. Em vez da posse de bola tantas vezes elogiada por Vítor Pereira, o técnico portista quase surpreendia o Sporting com o jogo directo e as transições rápidas. Foi um jogo em que os destaques principais vão para os guarda-redes.
2. A distribuição das oportunidades foi repartida, mas a melhor foi claramente desperdiçada pelo Sporting, sendo difícil perceber como é que Wolfswinkel e Izmailov não aproveitaram a assistência de Matías Fernández. O holandês tem tanto de avançado prometedor como de imberbe nalgumas situações. Dentro de alguns anos será bem mais eficaz.

3.A aposta de Domingos no jovem brasileiro Renato Neto pode ser entendida segundo vários prismas. Desde logo, pelo efeito surpresa. Depois, porque este médio box-to-box descoberto pelos olheiros do Benfica (reprovou na fase de experiência na Luz, antes de ter mais sorte em Alvalade) tem uma característica importante (para além da qualidade que há ano e meio vinha patenteando no futebol belga): mede 1,88m e tem uma estampa física que compensa a ausência de Rinaudo. A terceira explicação está também relacionada com a lesão do argentino, porque não há mais nenhuma opção com credibilidade para a posição 6 (Carriço está lesionado e Domingos não confia ainda em André Santos) e porque recuar Elias ou Schaars iria atrapalhar ainda mais as rotinas já criadas.

4. Renato Neto fez uma primeira parte sem grandes exuberâncias, mas honesta, não podendo ser responsabilizado pelas dificuldades vividas nesse período pelo Sporting, que até entrou a tentar impor uma atitude mandona e dominadora. O problema é que queria fazer tudo muito depressa e o resultado foi trapalhão. Mais matreiro, o FC Porto aceitou ter menos bola (o Sporting terminou o primeiro tempo com 53%), mas era mais perigoso. Conseguia-o à custa de surpreender o Sporting com um jogo mais directo, à procura das diagonais, principalmente de Hulk, que criava pânico na direita.

5. Distribuído no habitual 4x3x3, mas com o triângulo invertido (Moutinho ao lado de Fernando e Belluschi mais livre no apoio ao ataque) quando perdia a bola, o FC Porto teve então o mérito de condicionar os alas do Sporting, principalmente Capel, que não se viu no primeiro tempo. O FC Porto mostrou ainda mestria na marcação dos cantos, com opções variadas e capazes de criar pânico à defesa leonina.

6. A partir do 22 minutos, o Sporting melhorou bastante. Continuou a faltar um pouco mais de Elias e de Schaars, mas houve outro acerto no controlo das transições do adversário, apesar de Hulk continuar a ser capaz de criar o pânico sozinho. O FC Porto terminou o primeiro tempo com mais remates (9-6) e um canto a menos (3-4). Destaque para o baixo número de faltas: sete para o Sporting, cinco para o FC Porto.

7. Na hora dos jogos nos bancos saltou à vista que o Sporting tem agora, ao contrário de anos recentes, uma gama de alternativas credíveis com as recuperações dos lesionados. E também que Domingos soube guardar os ainda naturalmente limitados Izmailov e Matías Fernández para a altura em que o jogo parecia ir decidir-se. De resto, a troca de Capel por Evaldo (avançou Insúa) já começa a ser habitual e neste jogo foi ainda mais razoável.

8. A derrota deixava o Sporting fora da corida ao título. O empate acaba por ter praticamente o mesmo resultado. Recuperar 14 pontos (se o Benfica bater o Leiria neste domingo) para dois rivais é uma tarefa hercúlea.

Bruno Prata in "publico.pt"

MERCADO

"Fucile deve ir-se embora", diz empresário

O empresário de Fucile foi contundente numa nota colocada na página do lateral no Facebook, a que o mesmo é alheio. "Creio que Fucile cumpriu um ciclo e deve ir-se embora. Faremos o máximo para isso, sempre com os obstáculos que o FC Porto costuma colocar", escreveu Pablo Tomaduz. "Os comentários do treinador, dizendo que não vai contar com um dos laterais-direitos, são lamentáveis e desmotivantes, especialmente porque não falou com os envolvidos", criticou. Tomaduz alude a propostas "sérias de Inglaterra, Alemanha e Brasil" e espera que "o jogador se desvincule de um clube cujo treinador não conta com ele".

Roma pensa em Varela

O Roma estará interessado em contar com Varela imediatamente. A notícia foi avançada pelo jornal "La Gazzetta dello Sport" e garante que o treinador Luís Enrique elegeu o portista como alvo prioritário para substituir Osvaldo, que se lesionou recentemente. A notícia não especificou os contornos do negócio. Varela não tem sido primeira opção no FC Porto e nem foi convocado para Alvalade.

Juve avançou por Guarín

A Juventus terá feito chegar ao FC Porto uma proposta de empréstimo, até ao final da época, de Freddy Guarín no valor de dois milhões de euros, com uma cláusula de opção de compra de nove milhões de euros. A informação foi veiculada pelo sítio "Sportmediaset", sustentando a mesma com dados cedidos pelo agente FIFA do colombiano, Marcelo Ferreyra. O FC Porto só está interessado em vender.

in "ojogo.pt"

O Tribunal de O JOGO

Penálti sem unanimidade

Apenas Jorge Coroado entende que Pedro Proença deveria ter assinalado grande penalidade favorável ao FC Porto por falta de Elias sobre Otamendi após um canto de João Moutinho. Pedro Henriques e Paulo Paraty discordam e defendem por isso que não havia motivos para castigo máximo. De resto, um fora-de-jogo mal tirado não chegou para manchar uma exibição que os três especialistas qualificam como globalmente positiva.

Momento mais complicado

67'

Elias empurra Otamendi na área do Sporting? Seria grande penalidade?

Jorge Coroado
-
Elias, com o braço direito, empurrou Otamendi, impedindo-o de cabecear a bola. Grande penalidade que o árbitro não observou. Este tipo de lances passa muitas vezes sem a devida punição.
Pedro Henriques
+
É um lance de contacto físico onde não há
infracção cometida pelo jogador do Sporting. É, portanto, correcta a decisão do árbitro ao nada assinalar.
Paulo Paraty
+
Penso que não. Embora haja um jogo de braços, não me parece que toda essa movimentação fosse suficiente para a marcação de uma grande penalidade. O futebol é um jogo físico.

Outros casos

33'
Ficou falta por marcar de Insúa sobre Hulk, quando este seguia sozinho?
45'+1'
Otamendi justificava segundo amarelo por carga sobre Van Wolfswinkel?
60'
Van Wolfswinkel estava mesmo em posição irregular no lance em que Elias ficou isolado?
65'
Polga justificava amarelo (seria o segundo) por falta sobre Hulk?
71'
Bola na mão ou mão na bola de Otamendi na área do FC Porto?
Jorge Coroado
+
Insúa não cometeu infracção alguma; foi Hulk que se desequilibrou e caiu. De referir que este último partiu de
posição irregular.
+
Nunca. Justificava somente livre directo, porque o jogador do FC Porto saltou sobre o adversário. Uma vez que estava na hora para o intervalo, o árbitro assim decidiu.
-
Van Wolfswinkel estava sobre a linha de meio-campo depois de recuperar posição e antes de a bola lhe ser passada. Precipitação do assistente, porque estava mal colocado.
+
Polga derrubou Hulk, mas numa falta normal não ostensiva ou deliberada e em jogada não prometedora.
+
Bola na mão. O remate foi feito de perto, embateu nas pernas de Otamendi, subiu e encontrou-lhe o braço, que estava junto ao corpo. Correcta interpretação.
Pedro Henriques
+
Mesmo com acesso às repetições, não é perceptível que Insúa toque em Hulk, pelo que dou o benefício de dúvida
à decisão da equipa de arbitragem.
+
Otamendi entra com intenção de jogar a bola e, no seu movimento descendente, carrega de forma inevitável Van Wolfswinkel. Uma infracção negligente, sem motivo para sanção disciplinar.
-
No momento do passe do seu colega, Van Wolfswinkel estava em linha com o penúltimo adversário, pelo que o fora-de-jogo foi incorrectamente assinalado.
+
Polga cometeu uma infracção negligente junto à linha lateral, longe da sua área, sem nenhum tipo de perigo ou importância para o jogo, pelo que não haveria motivo para sanção disciplinar.
+
Correcta a decisão do árbitro, pois o remate foi feito de muito perto e a bola, de forma inesperada, bateu na perna e ressaltou para o braço, mas de forma meramente casual e não deliberada.
Paulo Paraty
+
Não é visível, pela televisão, algum contacto faltoso de Insúa sobre Hulk, que parece desequilibrar-se ao evitar o seu adversário.
+
Não. Trata-se apenas de uma falta (rasteira negligente) de Otamendi. No máximo, seria livre directo, que só não terá sido punido porque o tempo da primeira parte estava esgotado.
-
É um lance muito difícil para o árbitro assistente, mas a repetição pela televisão mostra-nos Van Wolfswinkel em linha, no máximo, com o penúltimo defensor.
+
Polga agarra Hulk sobre a linha lateral, não cometendo nenhuma imprudência ou impedindo algum ataque prometedor. Livre directo parece-me adequado. E o critério foi o mesmo do lance dos 45'+1'.
+
Pontapé à queima-roupa, muito próximo de Otamendi. A bola bate-lhe no corpo e ressalta para o braço. Sem razão para intervenção do árbitro.

Apreciação global

Jorge Coroado
Jogo de muito transporte de bola, inúmeros passes transviados e reduzido contacto físico permitiu ao árbitro exibição personalizada, esclarecida, com o senão da grande penalidade não assinalada.

Pedro Henriques
Num jogo com elevado grau de dificuldade, a equipa de arbitragem teve uma actuação positiva, assertiva e competente, com pequenas falhas ao nível do fora de jogo, mas que não lhe tiram mérito.

Paulo Paraty
Não havendo arbitragens perfeitas, Pedro Proença, com um ou outro lance mais discutível, exibiu em casa as credenciais que lhe têm valido o reconhecimento externo. Cedo se fez entender pelos intervenientes.

in "ojogo.pt"

O FC Porto um a um

A ESTRELA

Álvaro Pereira 7
Um lateral box-to-box

Álvaro Pereira fez tantas piscinas que, mais do que a figura, quase merecia era levar uma medalha de ouro. Incansável no seu corredor, conquistou situações de cruzamento que puseram a nu a fragilidade do FC Porto no que respeita a opções de área. Tapado pela linha de fundo e pela falta de um avançado que crescesse entre Polga e Onyewu, inventou fintas para dentro e combinações curtas que permitissem à equipa encontrar vias alternativas para a baliza. Firme no duelo com Carrillo e João Pereira, cresceu perante Izmailov quando nem Helton poderia já valer ao FC Porto. Os manuais do futebol vão ter de arranjar espaço para os laterais box-to-box.


Helton 7
Quando a equipa precisou do guarda-redes, Helton disse "presente". Elevou os níveis de concentração aos píncaros e foi enorme perante Polga (28'), primeiro, e Wolfswinkel (76'), depois. Esvaziou a dimensão dos poucos erros dos centrais e contou com a colaboração de Álvaro Pereira no único lance em que a baliza pareceu demasiado grande.

Maicon 5
O que disse antes de partir para as férias de Natal ganhou contornos proféticos durante o clássico. "Sou central", lembrou há semanas; não cumpre a lateral, confirmou ontem. Ficou nas covas perante o arranque de Matías no melhor lance dos leões, deixando vir à tona todas as limitações que vinha contornando com a disponibilidade e a entrega da praxe. Louve-se o esforço, mas o FC Porto reclama mais...

Rolando 6
Os centrais repartiram escorregadelas, mas também uma entreajuda que abafou os erros. Rolando terá sido mais bombeiro do que Otamendi, mas também ele teve lances em que perdeu o chão. Muito forte em velocidade, meteu Wolfswinkel no bolso sempre que o Sporting o lançava no espaço, mas essa sobranceria quase lhe custou caro aos 76'.

Otamendi 6
Em 90 minutos ficaram fielmente reproduzidas as suas qualidades e as suas deficiências. Autoritário nas antecipações - das quais consegue sempre sair a jogar -, sofre quando lhe pedem arranque e velocidade. Compensa com um sentido posicional raro e que lhe permitiu tirar o pão da boca a Carrillo (21') e a Wolfswinkel (26'), mas a ironia do jogo ainda lhe reservou um pouco oportuno desvio a remate de... James.

Fernando 6
Nervoso e envergonhado, enquanto teve Moutinho por perto, agigantou-se depois do intervalo. Uma metamorfose impressionante que o transformou num pivô autoritário e num construtor de jogo esclarecido. Foi ele que lançou Hulk, por exemplo, para uma flagrante ocasião aos 51'. Jogou curto e longo com uma simplicidade desarmante, ditando leis no seu raio de acção. Patrão.

João Moutinho 6
Depois de uma primeira parte em que ficou demasiado preso à tarefa de equilibrar a equipa, também ele cresceu em confiança e intensidade quando soltou amarras e subiu uns metros. Esteve perto do golo no recomeço, ganhando uma evidência que correspondeu ao protagonismo que assumiu na condução do futebol portista. Tremeu na hora de definir, deixando-se trair pela vontade de resolver.

Belluschi 6
Mais do que a qualidade do futebol que produziu, sobressaiu a sua capacidade de exercer pressão, incomodando a saída de bola leonina e empurrando a linha defensiva dos dragões para a frente. É um jogador muito agressivo sem bola, mas que não teve a objectividade desejada com ela. Ainda esboçou dois remates, tão desamparados como o destino que tiveram, na miragem de um Belluschi que fosse mais do que uma armadura de guerra.

Djalma 5
Importante muleta para Maicon, pôs um travão em Insúa e um olho em Capel. Com vistas largas, tentou causar mossa em desmarcações venenosas no espaço, mas nunca houve correspondência técnica entre o futebol que idealizava e aquele que, realmente, saía dos seus pés. Trapalhão, faltou-lhe gerir melhor o ritmo e a velocidade para dar pertinência a um esforço algo sôfrego de quem ainda tem mais olhos que barriga.

Rodríguez 6
Caído em graça, o Cebola deu razão à leitura de Vítor Pereira e confirmou que pode ser mais do que um fenómeno episódico. Arrancou um amarelo a Elias mal o jogo começou, deixando o leão alerta face à ameaça das suas arrancadas. Com Álvaro Pereira, definiu a forma de o FC Porto construir o seu futebol, mas o tempo encurtou-lhe o fulgor ofensivo, reforçando a sua capacidade de luta.

Hulk 6
Pairou sempre no ar a ameaça de que Hulk fosse dar um safanão no jogo, mas Patrício cresceu no único lance em que o brasileiro foi directo ao assunto. O Incrível foi mais um fantasma do que um susto real, perdendo-se em rodriguinhos que o confundiram mais a ele do que aos centrais do Sporting. Ineficaz nas tabelas, faltou-lhe ser mais previsível no um para um, entregando-se aos seus pontos fortes.

James Rodríguez 5
Entrou de pantufas num jogo onde todos pisavam com botas de tropa. O seu futebol virtuoso teve pouco por onde se expressar e, longe das zonas de definição, James tardou em perceber que o jogo não aconselhava os seus pezinhos de lã. A curiosidade da análise é que acabou por ser o colombiano quem mais se aproximou do golo, espreitando-o num forte remate cruzado (90') e num desvio simples que Otamendi lhe negou (90+1').

Defour 4
Teve dificuldade em entrar no registo de Belluschi. Mais macio, menos intenso, teve pouca bola, e o FC Porto ressentiu-se dessa abordagem menos esclarecida. Ora, também o belga esteve, contudo, perto da glória no tal lance que James acabou por desviar para um golo cantado que Otamendi abafou.

Kléber 3
Vítor Pereira sentia que podia ganhar o jogo e lançou uma referência para a área, libertando Hulk para um ponto de partida que o desviasse do foco das apertadas marcações de Polga e Onyewu. Kléber não teve bola para fazer a diferença na área, limitando-se a servir de tabela e a segurar os centrais leoninos. Uma tarefa que quase ia dando resultados...

Medo a começar e dois sustos a acabar

Parece que as imagens no túnel entre os balneários e o relvado de Alvalade que deram a mais estéril polémica da temporada afinal metem mesmo medo. Pelo menos ontem, no clássico, devem ter metido. Porque um jogo entre duas equipas que deviam pensar na vitória acabou por ser um desfile de falta de autoconfiança, em que a maior preocupação foi não perder. O jogo só se agitou nos minutos finais, quando Izmailov e James Rodríguez tiveram as mais claras oportunidades para marcar. Na primeira delas, o russo atirou fraco e permitiu o corte de Álvaro Pereira sobre a linha; na segunda, já nos descontos, foi Otamendi que se colocou na direcção do remate do colega de equipa.
Sporting e FC Porto acabaram empatados, sem golos, e podem ver hoje a vida complicar-se se o Benfica vencer o Leiria na Marinha Grande - os leões ficarão a oito pontos do primeiro lugar e os dragões verão o rival da Luz isolar-se no comando. Uma desvantagem que ambos preferem assumir em vez do fardo, sobretudo psicológico, de uma derrota no clássico de ontem. Domingos Paciência poderá continuar a dar papa ao seu bebé e Vítor Pereira aumentou para 53 o número de jogos consecutivos do FC Porto sem perder na Liga, sobrevivendo ao local onde tinha sido averbada a última derrota, ainda nos tempos de Jesualdo Ferreira.
Do lado do Sporting, o estreante e surpreendente Renato Neto foi o coelho que Domingos tirou da cartola para o clássico, numa decisão que confirmou a falta de confiança em André Santos e o apego do treinador ao seu meio-campo em triângulo com dois vértices mais ofensivos. O jovem resgatado ao Cercle de Brugge no mercado de Inverno mostrou-se um pouco perdido em campo, com medo de pisar em ramo verde, e sobretudo muito lento, impedindo transições rápidas que permitissem levar a bola em condições a Van Wolfswinkel. Nos portistas, o onze foi o esperado, com a nuance da colocação de João Moutinho ao lado de Fernando, mostrando as cautelas de Vítor Pereira. Com tanta gente preocupada em não errar e a arriscar tão pouco, tornou-se difícil ver um lance de perigo na primeira parte - as excepções foram os cabeceamentos de Maicon e Polga, após cantos, resolvidos pela frieza de ambos os guarda-redes.
Vítor Pereira deu um sinal de querer mais logo ao intervalo, mexendo no desenho do meio-campo, avançado Moutinho para perto de Belluschi. Resultou. O FC Porto entrou melhor, a pressionar o Sporting na primeira zona de construção e obrigando os leões a aumentarem a frequência dos lançamentos longos para Van Wolfswinkel, um ponta-de-lança que, pelas suas características, não resulta com grandes correrias. Domingos foi atrás e também mudou o desenho do seu miolo, desta vez colocando Matías Fernández à frente de Schaars e Elias, sacrificando Renato Neto logo aos 53'. Com as equipas de novo encaixadas, voltou o equilíbrio de forças, apenas quebrado com lances ou erros individuais. Foi assim que Hulk e Van Wolfswinkel tiveram as suas chances de marcar, mas mais uma vez Rui Patrício e Helton levaram a melhor.
A entrada de Izmailov, ainda com 28 minutos de jogo pela frente, acabou por ser a tesoura que cortou as amarras da partida. Embalado pelo enorme aplauso de todo o estádio, o russo entrou cheio de gás, arrastando toda a equipa do Sporting para a frente. E, aos 83', fez os adeptos levarem as mãos à cabeça: recebeu de Matías à entrada da pequena área e, com Helton fora da jogada, acabou por atirar sem grande convicção, permitindo o corte de Álvaro Pereira praticamente em cima da linha de golo. Uff!, suspiraram os portistas.
Pensou-se que esse lance tinha sido o golpe final de um clássico de muito nervo e tensão, mas pouco talento e qualidade. Mas ainda houve tempo para novo susto, desta vez nos corações leoninos, quando Defour fugiu pela direita e serviu James no coração da área. O remate do colombiano ia direitinho à baliza e fez os adeptos portistas levantarem os braços de expectativa. Mas Otamendi, no local errado à hora errada, cortou sem querer, fazendo mais uma vez que todos esses adeptos ficassem de mãos na cabeça. Uff!, disseram os sportinguistas. E uff!, disseram os benfiquistas.

in "ojogo.pt"

Dragões sofreram para entrar

VIATURA BARRADA E ARREMESSO DE MAÇÃS



Clássico que é clássico tem de ser considerado de alto risco e este, naturalmente, não fugiu à regra.
No entanto, apesar das naturais preocupações das autoridades envolvidas, o encontro decorreu sem exaltações de maior, deixando os problemas da ordem para fora do recinto. Nas bancadas tudo decorreu dentro da normalidade e a única forma de violência descortinada foi mesmo... a verbal, que até já se tornou tradição em jogos desta natureza. Problemas “a sério” só mesmo fora de Alvalade.
A ação começou ainda longe. Na área de serviço de Leiria, em plena A1, registaram-se confrontos entre adeptos dos dois clubes, que se cruzaram na marcha rumo a Alvalade. Mais tarde, chegou a vez de a comitiva portista se ver envolvida num dos episódios do dia. À chegada ao estádio, o autocarro liderado por Pinto da Costa e onde se encontravam os jogadores azuis e brancos foi barrado pela equipa de segurança contratada pelos verde e brancos.
Grades metálicas impediam a passagem e por lá ficaram até a polícia puxar dos galões, colocar a segurança no seu lugar, desobstruir a via e dar “guia de marcha” aos dragões que lá puderam fazer-se à vida, desembarcando e rumando aos balneários. Tudo isto perante os mimos do costume prestados pelos adeptos da casa, que fizeram questão de formar uma “comissão de boas-vindas” e oferecer maçãs à viatura.
Um ferido em apedrejamento ao autocarro do FC Porto
INCIDENTE ACONTECEU APÓS O CLÁSSICO

Uma pessoa ficou ferida na sequência do apedrejamento da caravana de autocarros com adeptos do FC Porto na Calçada de Carriche, em Lisboa, após o jogo disputado com o Sporting, no Estádio da Alvalade, e que terminou empatado 0-0.
"O apedrejamento à caravana de 15 ou 16 autocarros de adeptos do FC Porto resultou num vidro partido, cujos estilhaços feriram uma das ocupantes", disse fonte da PSP à agência Lusa.
A pessoa ferida foi assistida no local pelo INEM e seguiu viagem até ao Porto, juntamente com os restantes adeptos.
"Ainda lhe foi sugerido que recebesse tratamento hospitalar mas ela disse que ia tratar-se no Porto", indicou a mesma fonte.
O incidente ocorreu por volta das 23:35. A PSP reforçou o dispositivo de segurança, mas segundo a mesma fonte, os autores do apedrejamento "estariam emboscados nas imediações, atiraram pedras e fugiram".
Antes do início do jogo, dois adeptos do FC Porto foram detidos por "posse de artefactos pirotécnicos".
in "record.pt"


O velhote ganhou uma lata de Cerelac

A IDADE PARECE NÃO PASSAR POR HELTON



Quando associou a sua equipa à marca de uma farinha láctea comercializada há 75 anos em Portugal, Domingos Paciência estava sobretudo a referir-se à juventude de uma equipa que está em formação mas igualmente onde despontam muitos elementos de tenra idade. Mas está visto que também no futebol, pelo menos até à ternura dos 40 anos, a idade é o que menos importa e ontem todos viram emergir a qualidade do jogador mais velho em campo: Helton. O tal guarda-redes cuja transferência do U. Leiria para o FC Porto um dia Pinto da Costa negou dizendo algo do género “Helton? Só conheço o Elton John...” Longe estava o presidente portista de conhecer os dotes musicais do guarda-redes brasileiro que continua a valer pontos no terreno de jogo. “Ministério Shalom”, a banda na qual é baterista, até já atuou na Casa da Música do Porto e o guarda-redes não dispensa o violão nas viagens ao serviço do FC Porto...
Ontem, em Alvalade, o guarda-redes portista teve duas intervenções preciosas, na resposta a uma cabeçada de Polga e ao sair ao encontro de Wolfswinkel. Mais rápido que a sua própria sombra e com a saúde de um bebé alimentado com a papa criada por Henri Nestlé e adaptada ao gosto português pelo nosso primeiro prémio Nobel, mais conhecido pelas polémicas lobotomias que, bem visto, bem podiam sem aplicadas a alguns ditos especialistas de futebol...
in "record.pt"